segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Sindialimentação e CADE discutem em Brasília compra da Garoto pela Nestlé Impasse sobre a venda começou em 2002


O Presidente do Conselho de Defesa Econômica (CADE), Fernando Furlan, assumiu o compromisso de re-analisar a decisão da venda fracionada da fábrica Chocolates Garoto, pela Nestlé, em reunião nesta quinta-feira, dia 11 de agosto, com a coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores em Alimentação do Espírito Santo (Sindialimentação), Linda Morais. Participaram também da reunião, os deputados estaduais Dary Pagung (PRP), Gilsinho Lopes (PR) e Henrique Vargas (PRP), membros da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do ES, e o deputado Federal Lelo Coimbra (PMDB).

Na reunião, Linda Morais, representante dos trabalhadores da Chocolates Garoto, reiterou sua preocupação com a alínea “C” da resolução do CADE que permite a venda fracionada da empresa, caso seja mantida a decisão de que a Nestlé deve revender a Garoto.

A venda da Garoto está pendente desde 2002 e a possibilidade de fragmentação da fábrica, ou seja, a venda separada de maquinário, fórmulas e imóveis, podem afetar não somente os 3.500 trabalhadores da empresa, mas toda a cadeia produtiva que gira em torno da Garoto, também considerada um patrimônio histórico do Estado. Pode haver ainda impactos na economia de Vila Velha, já que a arrecadação pode diminuir, além de prejudicar o comércio, principalmente do bairro da Glória, que fica no entorno da fábrica e gera milhares de empregos diretos e indiretos.

O sindicato irá enviar requerimento à Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor da Assembléia Legislativa do Espírito Santo, solicitando que esta remeta formalmente uma solicitação de reavaliação do caso ao CADE. “Os trabalhadores da Garoto irão receber essa notícia com bastante alívio. Enquanto não se define de uma vez esse quadro, tanto os trabalhadores quanto a população de Vila Velha ficam inseguros. Esse compromisso é muito importante para todos nós”, afirma Linda Morais.

Luta dos Trabalhadores da Garoto

O impasse sobre a venda começou em fevereiro de 2002, quando a Nestlé anunciou a compra da Chocolates Garoto. Dois anos depois, o Cade vetou a operação, considerando que a Nestlé teria uma concentração do mercado brasileiro de chocolates em torno de 58,4%, o que caracterizaria concorrência desleal. O Ministério Público Federal (MPF), após análise do processo, concordou com a decisão do Cade de que a Nestlé não pode comprar a Garoto devido ao monopólio que geraria no setor de chocolates no País.

Em Vila Velha (cidade da Grande Vitória), o Sindicato dos Trabalhadores em Alimentação do Espírito Santo (Sindialimentação) luta na Justiça para que não ocorra a venda fracionada. Por isso, d
esde que a Nestlé assumiu o comando da Chocolates Garoto, o sindicato da categoria tem desenvolvido diversas ações com os trabalhadores e com a sociedade. Realizou reunião com o ex-presidente Lula em Brasília, com o então Ministro do Trabalho, Jaques Vagner e promoveu uma forte campanha envolvendo a população de Vila Velha em campanhas contra a fragmentação. Nessas ações foram colhidas mais de 10 mil assinaturas da sociedade Vilavelhense apoiando a luta contra a fragmentação da empresa.

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