Na
semana em que a Garoto se submete a nova auditoria em busca de mais um certificado
ISO, a ocorrência de mais um acidente é “abafada”. Pior, mais uma vez o trabalhador
“abriu mão” de seu atestado médico para ficar nas áreas da empresa. José Fenandes de Oliveira acidentou-se e em 14 de janeiro e teve
múltiplas fraturas nos dedos da
mão. Recebeu 15 dias de atestado, mas foi “convidado” pelo departamento
médico e de segurança a não cumprir a determinação médica. José
Fernandes, que procurou o sindicato, conta o que o ocorreu e desabafa diante
dessa absurda situação que se repete mais uma vez.
O acidente ocorrido às 23h00 no início da jornada mudou a
rotina de José Fenandes de Oliveira, trabalhador
da Garoto há 7 meses. O trabalhador teve
múltiplas fraturas nos dois dedos centrais da mão esquerda. Levado ao hospital
pela empresa, José recebeu seu atestado médico inicial de 15 dias. “O médico me
pediu para retornar depois para pegar um laudo, pois meu caso exigia
afastamento por mais dias”, explica Fernandes. Ao retornar para casa um enfermeiro
do Serviço médico da Empresa informou que Fernandes deveria retornar à Empresa no Domingo, às 13h00,
para falar com a médica do setor. Com dores, Fernandes ainda aguardou por uma hora
pelo atendimento na enfermaria da empresa.
“A médica tentou me convencer a vir trabalhar mesmo nessas condições. Prometeram-me
um outro cargo dentro da empresa, o de ‘’multiplicador’’, onde não teria de
fazer nada, mas para isso
teria de vir
naquele domingo mesmo trabalhar à
noite. Eu vim assim mesmo,
com
a mão inchada e dolorida.” conta
Fernandes. O trabalhador tentou
trabalhar, mas sem
condições, retornou para casa, voltando a trabalhar na terça-feira. O telefone de
seu irmão, porque o dele foi roubado dentro do
vestiário, recebeu pelo menos 15 ligações da empresa. “Quando liguei, o supervisor atendeu e disse que a segurança
pediu pra ele ligar e que era para eu
vir pela manhã para fazer um
treinamento. A empresa insistiu que
eu deveria vir pelo menos à
tarde para fazer
um treinamento para ser multiplicador à noite. Eu me senti pressionado a
vir trabalhar. Eu vim trabalhar o restante da semana
para fazer o tal treinamento que não teve. Fiquei an dando pela
fábrica e acompanhando um grupo que estava fazendo
um diálogo de SGI. Na quarta-feira me colocaram no setor de Qualidade
para digitar controle de CEP ( Controle Estatístico de Processo). Eu fazia
isso apenas com uma das mãos. O restante da semana foi andar pela
fábrica, sem ter o que fazer em alguns momentos e com a mão doendo,”detalha. A empresa acabou indicando
que Fernandes poderia trabalhar
na produção e o trabalhador foi
para a linha,
tendo, inclusive, contato
com produto. Como tinha de apoiar
a mão no alumínio da esteira, Fernandes sentia choques pequenos na mão, provavelmente
por causa por causa da placa de alumínio que sustentava o dedo.
Esse episódio também deixou
claro qual era a preocupação principal da empresa.
“No meio da discussão a médica falou para a
segurança assim: ‘’...E no dia da auditoria, onde a gente enfia?’’ e aí a (moça) da Segurança do trabalho respondeu:
“ É terceiro
turno”.
“Depois de ouvir muitos companheiros que disseram que eu estava errado em abrir mão do meu atestado, decidi não abrir mão. Sei que a empresa pode até me demitir por isso, mas o que me motiva é que eu acho que eles querem tirar o meu direito de me recuperar. O importante pra eles é não registrar o acidente com afastamento porque poderá gerar
transtornos pra eles. Desde que não gere pra eles, para o funcionário tanto faz. Se eu for demitido, pelo menos não estou
compartilhando com isso. Hoje sou eu, amanhã vem vários. Enquanto um não abrir
a boca, ninguém vai abrir.’’
José Fernandes de Oliveira
É ISSO AÍ COMPANHEIRO, VOCÊ ESTÁ CERTINHO EM LUTAR PELO DIREITO QUE TE ASSISTE POIS JÁ TRABALHEI NA FÁBRICA 15 PARA 16 ANOS E FUI DEMITIDO POR NÃO TER PERFIL,PERFIL ESSE DE UM COLABORADOR QUE NUNCA FALTOU,OBRIA FÉRIAS DE OPERADOR TRÊS SENDO EU OPERADOR UM E MUITAS COISAS MAIS QUE FIZ POR ESTA EMPRESA E NO FINAL FOI O QUE EU REBECI DE GRATIDÃO, UM DESLIGAMENTO DA FÁBRICA POR CAUSA DE PERFIL. ISSO AÍ,NÃO DE MOLE PARA ELES, VOCÊ FEZ A COISA CERTA.MEUS PARABÉNS PELA ATITUDE SUA !!!!
ResponderExcluirAcompanho o belo trabalho que voces fazem pelos colaboradores da chocolates garoto no ES. Sou Repositor da chocolates garoto no RJ e ficaria muito feliz se voces tambem lutassem para que nós repositores recebessemos o ticket alimentação pois poucos (só os muito antigos) recebem e o valor é de apenas R$ 36,00. Enquanto os repositores(promotores de venda) da nestlé recebem um tickt alimentação de R$ 345,00. Obrigado
ResponderExcluire verdade se e uma empresa so pq ganhamos menos e alem do mais o registro e de repositor e naõ promotor.....
ResponderExcluir